sábado, 23 de janeiro de 2010

mudança de ares

Pois é, nada como uma boa mudança. Mudança de ares, de estilos e - por que não? - de ideias também. Ando meio com vontade de voltar à prosa, depois de um longo tempo de poesia... nada contra, eu adoro a poesia, a vida é poesia. Mas ando mesmo é com vontade de escrever umas crônicas, histórias e impressões, sem rótulos, o que der na telha, enfim.

Moro agora em São Paulo. Cidade GRANDE. Não que o meu Rio não seja... apenas aqui tudo parece maior, mais sério e um pouco mais cinza. No início senti falta do sol e do brilho de lá. Daí fui aprender que mesmo sem brilho 'de fora' dá pra ter brilho na vida diária, sabe, aquela vontade de fazer coisas e conhecer pessoas. A gente é influenciado pelo meio, óbvio, mas isso não é tudo. Falo isso do ponto de vista de uma pessoa completamente solar e movida à fotossíntese.

Por exemplo: eu odeio insulfilm. Tive que colocar no carro pra me proteger, nesses tempos de perigo iminente em que vivemos, já que volto tarde do trabalho. Nossa, que agonia aquele negrume... a terra parece um hades, sei lá, tudo é escuro e meio aterrorizante. Isso foi logo no início. Eu colocava o som do carro nas alturas e ficava torcendo pra chegar logo no aconchego da minha casa, cheia de luz. Aí, como tudo na vida, fui me acostumando... Aliás, melhor ainda - a experiência diária do escuro e da noite me fez perceber nuances que eu nunca tinha prestado atenção. As luzes azuis piscando nas árvores da Av. 9 de julho no Natal parecendo saídas direto de um conto de fadas... As árvores dormindo, ao sabor do vento, as luzes dos "faróis" (sinais para os cariocas!) brilhando na tela escura, as estrelas pipocando ao passar por um ou outro arranha-céu quando o céu está mais limpo. As nuvens de tempestade - e como anda chovendo por aqui! - parecem abrir alas para Poseidon emergir a qualquer instante ... ainda que não tenha mar por aqui, só se forem as águas das enchentes (rs!) . Mas uma coisa imponente, meio mítica mesmo! O gordinho do sinal que vende chiclete, que me recebe sempre com um sorriso e agradece porque eu abaixo o vidro só pra dizer oi.

Enfim, aquela sensação de descanso e lentidão que a noite durante a semana traz, de um recolhimento necessário, da cama quentinha que está próxima, daquele lanche bem tarde vendo uma porcaria qualquer na televisão mas que dá "hummm, que gostoso esse sanduba" sem ter que me preocupar em acordar cedo amanhã de manhã. Pois é. Há vantagens por aqui. Agora que aprendi que não preciso me maquiar nem andar de salto alto pra trabalhar (Ufa!) e que à noite os gatos são pardos mas muito interessantes também, a coisa tá ficando bem melhor.
E a história continua...

5 comentários:

MianaDandelion disse...

às vezes até vou mais rápido para casa, só de imaginar a minha caminha quentinha descobri o teu blog por acaso!estou a adorar* tudo de bom*

João Manoel Nonato disse...

Mudei de ares também... Mas para Paris!

Experiência maravilhosa; mas meio triste, por vezes... Tudo na vida tem dois lados, não?

fabiana disse...

Eu amei Paris.. Foi a lazer ou de vez?

João Manoel Nonato disse...

De vez!

fabiana disse...

UAU!!! Aproveite muito, então! Paris é tudo de bom.