domingo, 16 de novembro de 2008

A poesia em mim

Um dia achei que não tinha poesia em mim.
Um vazio atroz, uma falta de insight,
Um achar que se é,
Sem nada ser.
Achava que sabia sentir.

Bobagem.

Só achava que sabia,
Como sempre que acho que sei tudo,
Como se saber qualquer coisa
Pudesse me definir.

Eu não sei de nada.

Não sei o que vai dentro de mim,
ou de você,
nem quero mais saber,
isso não mais importa,
se chove sob (mim) ou sobre você,
pra mim tanto faz
sinto apenas que chove,
chove!!!!,
escorre, fria,
esvazia...
me toca. me transforma.
O resto, apenas interpreto,
ou tento entender.
Ilusão!!!!! Vã ilusão!!!!

Pra quê entender?

Não basta sentir?

Queria ter sido mais humilde e ter apenas
sentido mais e pensado menos.

Sentir com desapego,
Sentir fundo,
Sem regras,
fórmulas
ou intenções dissimuladas,
sentir e se admirar do sentir
mesmo sem um objeto.

Sentir pode ser intransitivo – apenas sentir...
(vaga lembrança... sorriso...
Linda idéia que também nunca foi minha.)

Acho que isso é o mais próximo
Que sinto, agora,
da poesia que há em mim.

Um comentário:

João Medeiros disse...

"se chove sob (mim) ou sobre você,
pra mim tanto faz
sinto apenas que chove" - yes