sábado, 29 de novembro de 2008

III. Rondó

Pele alva, lisa,
desliza, macia,
carícia, na minha
pele, na tua,
flutua, insinua
o beijo, o desejo,
ensejo de encontro,
tão longo que ponho
meu sonho com o teu.
Me enfronho
em teu sono,
pele alva, veludo,
tão logo desnudo
tua pele na minha,
tão alva, macia,
e aprecio
meu sonho,
compondo
a delícia
sem fim.

Sim.

Recomeço, o começo,
sem preço, o querer,
de te ter, o prazer
sem poder,
só entrega,
renega, macia,
a utopia, a idéia,
não nega o nome,
que some em
sussurro,
pois mudo,
eu transmuto
o som em soneto,
sem medo me dou
em um beijo
macio, arredio,
e então, se
vou, se me dou,
eu sou melodia,
um dia,

Enfim.

6 comentários:

João Manoel Nonato disse...

Definitivamente:
I- vermelho
II - amarelo
III - branco

... na minha opinião, haha.
Adorei o jogo de palavras, como "sem medo me dou".
Ótimos os poemas.
Dos mais antigos, adorei "Réquiem ao último (falso) soneto", "Falta" - genial o modo como foi disposto -, "Vôo" (eu AMO sonetos, e esse é lindo!)
É isso aí..

fabiana disse...

psiessemLegal, vindo de um sonestista tão bom!
por sinal: o II era pra ser inicialmente "verde", por causa do mar, mas pode ser amarelo, pelo sol... aberto a interpretações ;-)

João Manoel Nonato disse...

A letra U (musgo, murmúrio, burburinho...) me lembra verde, mas o I me lembra amarelo (vi, ri, ouvi...)

=D

Felipe Drummond disse...

muito legal, e a análise do JM enriqueceu ainda mais a leitura.

parabéns!

João Medeiros disse...

vogais - rimbaud; o U realmente é verde mas o I é vermelho

fabiana disse...

sim, o I definitivamente é vermelho.
eu gostei muito do III, também, pois é o que tem mais forte as três características: cor, forma e música.