sábado, 29 de novembro de 2008

Trilogia

Estes são três poemas que escrevi em diferentes momentos de um dia simples de trabalho. Pensei inicialmente em chamá-los de Trilogia das cores, pois evocavam diferentes cores, cada um com sua emoção; depois reconheci formas; por fim, música; e, finalmente, cheguei à conclusão a) que sou, definitivamente, visual e cinestésica; e b) que talvez fosse melhor deixar o título em aberto simplesmente como Trilogia, para deixar o leitor sentir o que lhe vier à cabeça, sem nenhum tipo de sugestão.

I. Espada

Corta, crua, a carne,
com teu corte tenaz,
encerra cruz, escárnio,
a morte que te satisfaz.

Leva, longe, que sabes
a crueza de que és capaz,
leva o tosco e a tormenta e
a dor que a ausência traz.

Causas incômodo, conquanto
mais conta de ti se dão
os corpos que tombam, tontos,
desafiados por teu quinhão.

Carrega-os; colhe e ceifa
a vida do tolo - Apaga
Em contínua e infame colheita
de almas desfeitas em nada.

Nenhum comentário: