segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Réquiem ao último (falso) soneto

Aqui jaz um soneto, o derradeiro,
Aquele que nasce de uma dor recriada
Que parte ligeiro após breve parada
Na mente inquieta de um vôo primeiro.

Já vai tarde, nos dizem os sábios,
Pois que aqui não sabe o que faz;
Se propôs muito além do demais,
Quando a métrica feriu com seus lábios.

Contudo, se ainda conosco esteve,
A um propósito mais honrado servia
Pois que o mágico lhe trouxe ao plano.

Nobre ensaio, este algum mérito teve,
Pela dádiva única de total maestria
Com que fez do vazio um nada menos insano.

3 comentários:

João Medeiros disse...

o último é um primeiro disfarçado

fabiana disse...

sempre há que se ter cartas na manga para um momento oportuno...

fabiana disse...

toda história tem um fim e um re-começo disfarçados.