domingo, 11 de janeiro de 2009

Colorido

Veja bem, não sei bem do que falo
hoje tenho bem menos certezas do
que jamais tive.
Se não sei, pelo menos me abro
a procurar respostas.
Pois quem sou,
- essa sou eu!
tem lá suas intuições,
mas não é assim tão fácil.
O processo de criação
geralmente é doloroso.
É que nem figurinha de álbum,
vai colocando uma aqui e
outra ali,
aquela figurinha rara que
nunca vem (e você
cheio de duplicatas...)
- com a diferença que
esse álbum nunca termina.
É a história da minha vida.
Venho colando figurinhas
ao longo dos anos.
Apesar da aparente falta
de rumo e da
multiplicidade de caminhos,
e da sensação incômoda
de um daltonismo indesejado,
percebo um exercício constante:
a busca da cor.
Cor em ser, em conhecer,
em descobrir, ao cozinhar,
em caminhar, em me vestir,
em escolher pessoas e
amigos;
em ser uma pincelada
de tinta numa tela
em branco.
(Felizmente:
as pessoas monocrômicas
são incrivelmente monótonas.)
E assim, lentamente,
em meu álbum se formam
cores, sons, imagens,
cenas, músicas, gargalhadas,
choros, pinturas,
danças, abraços,
beijos, mares, céus azuis,
colas, aulas na praça,
mingau de maizena,
neve, sol de rachar,
giros, tango,
desejos, bombons suíços,
cartas - quantas,
e quantos livros
e rostos queridos,
e quantas cores
e quantos sons!
interessantes matizes,
a assinatura do artista,
a figurinha rara,
o sorriso da Monalisa.
Sorrio colorido
para a obra em composição.

2 comentários:

Unknown disse...

"(Felizmente:
as pessoas monocrômicas
são incrivelmente monótonas.)"
isso foi a melhor coisa que li hoje! uma vez eu li que para entender uma poesia, você precisar estar na poesia...e como se desse para sentir o que ja aconteceu de bom na vida.
beijo!

fabiana disse...

Que bom... eu me sinto assim mesmo.
;-)