domingo, 18 de janeiro de 2009

Trem bão

A porta entreaberta
tarde quente de verão
vento uiva na janela
quem bate? quem entra?

- sei não, sei não...

Os amigos, hora esperta
se aconchegam no beirão
foge o vento, vem a trégua
do sorriso meu de então;
quem foi? quem viu?

- eu não! eu não!

Tarde finda, noite aberta
estrelas contamos juntos
vinho dentro, riso fora
brincamos mais uns segundos
quem sorriu? quem corou?

- foi bom, foi não?

3 comentários:

Domingos Barroso disse...

Muito massa esse poema entrecortado
com uma sonoridade delicada (de trem maria-fumaça) -
E um desfecho bem sapeca - digno de enrubescimento.
Abraços.

Georgio Rios disse...

É como se estivesse na rede, ainda pequeno ouvindo minha mãe ninar enquanto a tarde caía, se pressa, sem que nos dessemos conta de que o tempo não retrocede...

Palatus disse...

Concordo, Georgio, e esse poema é bem original...nunca li nada igual...parabéns pela sensibilidade da autora!