terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Desafinado

Ando sozinha, não sei
onde, ou porquê,
por aí me vou, sem fé.
Parece que não ouço.
O que dizer então,
se ainda não sei;
procuro, me pergunto,
onde estou, e você?
Que me dizes?
Nada (...)
Aguardo em silêncio.
Recebo um silêncio
sorridente.
Parece que também
já não sei falar.
Troco um olhar duvidoso,
misto de ‘quero’
e ‘não quero’,
quando tudo o que
queria de verdade
era um sim,
e não um se.
Um afirmativo grandioso
e luminoso,
sonoro, gargalhante,
pra se rir nas horas vagas.
Porém, reconheço,
nunca toquei lá muito
bem minha flauta;
ela sempre
desafinou no si.
Como havia de querer...?
Resta o silêncio
aos que, como eu,
não aprenderam a tocar.

2 comentários:

João Medeiros disse...

hum..............q interessante interessante interessante

fabiana disse...

mais interessante foi a sincronicidade... impressionante.
e a história da flauta acabou surgindo!