terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Eixo

faço girar, girar,
subir,
girar no alto, no sol
me encontrar no sol
[ - uma vez achei que morava perto do sol]
desapegar das minhas sombras e iluminar
minhas verdades, cobertas em pó
as mesmas que eu já não sei, pois que elas
mudam a cada novo giro,
e eu queria girar na dança de um dia
girar como me libertei e
como me prendi;
girar no sentido anti-horário (no que
talvez já me encontre, ou não),
girar até me largar de
mim mesma;

girar como fato e desejo, girar
nas paredes do meu quarto e nas
minhas lembranças
e girando nos teus olhos te
enxergar enquanto te beijo,
como eu poderia ter feito
mas acho que fiz,
do meu jeito;

Girei sem destino, talvez perdida
em sistemas e normas
pré-me-ditados,
girei para encontrar o meu eixo e
desorganizá-lo de vez
girei, girei, ansiosa,
desperdício de energia e de tempo de uma
vida que eu não queria mais perder;
mas foi tudo tão rápido, que
nem vi direito,
não enxerguei com olhos de ver

ainda giro agora em spins
remanescentes de forças internas
sutis, que me forçam a andar, mas não;
giro em torno
de mim mesma,
à procura de algo que ainda não
consigo ver

apenas observo espero intuo assimilo desejo,
e desorganizo.
A tonteira talvez agora me seja um
estado normal de insanidade suave e doce.

2 comentários:

João Medeiros disse...

"spin!" - saúde!... brinde pra girar

fabiana disse...

você e os trocadilhos.
"spin!"- olhando nos olhos... senão...
:-)